Ainda nos deparamos com publicidade vendendo educação. Por isso, pertinente se faz uma retrospectiva pincelando os pensamentos de importantes teóricos para que a utopia de uma escola feliz, eficiente, digna de respeito e carinho não desapareça.
De Rousseau, com seu tratado “Emílio ou da Educação”, a Emília Ferreiro, embasando-se na psicogênese, percebemos quão distante se encontra a prática educativa na atual escola. Para refrescarmos nossa memória em outros teóricos, tão significativos para este olhar científico e humanístico da educação, que nos deteremos, sem ordem cronológica.
Comecemos por Decroly, que rompeu com a rigidez do ensino, chamando atenção para o tratamento “adultizado” dado à criança.
Vygotsky colocou a criança no centro do processo, dando-a autonomia para a busca.
Piaget, com seu olhar pedagógico e essência bióloga, delimitou os estágios do desenvolvimento percebendo a criança como pessoa.
Maria Montessori criou um material concreto para desenvolver nas crianças um raciocínio lógico-matemático de forma lúdica.
John Dewey acreditou em uma escola investigativa, onde o aluno é explorador e curioso, que problematiza a sociedade.
Gramsci preocupou-se com o papel social da escola, bem como nosso Paulo Freire, que sempre viu a escola como forma de liberdade da opressão.
Wallon não nos deixa esquecer que a criança é corpo e emoção, não apenas mente.
Pestalozzi também teve este olhar interiorizado e dizia que a criança se desenvolve de dentro para fora, abominava a “escola das notas”, da prova e da recompensa; acreditava que o importante é o aluno e não a metodologia.
No entanto, quem realmente colocou o aluno no centro do processo foi Alexandre Neil ao fundar sua escola Summerhill. Seu trabalho foi pautado com o objetivo de ajudar as crianças a vencerem seus medos. “Um homem feliz não fomenta a guerra. É melhor um gari feliz, que um médico infeliz”: estas suas afirmações revelam sua escola.
São estas pérolas aqui expostas que constroem a verdadeira escola.
A escola que nasce de dentro para fora e se expande horizontalmente, através de cada aluno que por ela passa, cada um é uma unidade desta ESCOLA sempre VIVA.
(Olga Brasil – idealizadora, fundadora e diretora pedagógica da Escola Sempre-Viva)